domingo, 27 de setembro de 2009

Empregos: Frase feita arruína entrevista; veja dicas!

O currículo foi enviado, lido e selecionado. Chega a hora da entrevista. Finalmente você consegue ficar cara a cara com aquela pessoa que pode garantir o emprego dos sonhos. A roupa, impecável, é totalmente compatível com o cargo almejado. Você está confiante. Algum tempo depois, o entrevistador se dá por satisfeito, agradece e dá boa tarde. Você sai da sala e fica com a sensação de que algo não aconteceu como deveria. Os dias se passam e nenhum retorno é dado. O que será que aconteceu? Muito provavelmente, o recrutador precisou ir ao otorrino. Não duvide. Ele deve ter ficado com dor de ouvido de tanto ouvir você falar como é uma "pessoa criativa, dinâmica, com bom relacionamento interpessoal e liderança", que está "disposto a aprender", que é "o melhor profissional que a empresa poderia querer", que seu principal defeito "é ser perfeccionista". E, por fim, que "sua empresa anterior não era um bom lugar para trabalhar" e o pessoal de lá "puxou o seu tapete". Será que o motivo ficou claro? Em poucos minutos, você conseguiu reproduzir uma penca de frases feitas abominadas por qualquer recrutador. E que tiram as chances de um candidato ficar com qualquer vaga. Marcelo Abrileri, especialista em recolocação profissional e presidente da Curriculum.com.br, diz que a utilização dessas frases batidas, "de efeito, vazias, ou que não demonstram pleno domínio do que querem dizer podem, ao invés de ajudar, prejudicar o candidato". Ele lembra que local "para aprender" é a escola. Já a empresa é o local para desempenhar e trazer resultados. Apresentar-se como o melhor profissional que a empresa poderia contratar pode deixar transparecer arrogância (mesmo que você não seja assim). Falar mal da empresa antiga, então, nem pensar. "Nenhuma companhia que está prestes a contratar um novo profissional gosta de imaginar que amanhã ela pode ser a próxima a ser malfalada". O gerundismo (pandemia disseminada pelo telemarketing, pior que a da gripe suína) e as gírias também devem ser deixadas de lado. Na segunda temporada de O Aprendiz, Roberto Justus chegou a chamar a atenção de uma candidata que falava o tempo todo a expressão "tipo" durante as reuniões. Tipo assim, ela acabou "demitida" pouco depois. Marcelo Abrileri destaca que é importante o candidato ser cauteloso com o que diz. Isso pode significar falar menos do que talvez gostaria na entrevista. Paciência. O mercado de trabalho é assim.

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